Análise da frequência alimentar e consumo de ultraprocessados de indivíduos em hemodiálise crônica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v8i18.2235

Palavras-chave:

Alimento ultraprocessado, Ingestão de alimentos, Insuficiência renal crônica, Comportamento alimentar, Diálise renal

Resumo

Introdução: O consumo de alimentos ultraprocessados está associado ao maior risco de incidência e agravamento da doença renal crônica (DRC), além de favorecer distúrbios metabólicos como hipercalemia, hiperfosfatemia e disbiose intestinal. Objetivo: Avaliar a frequência alimentar e o consumo de ultraprocessados de indivíduos em hemodiálise (HD) crônica; Método: Estudo observacional, transversal e descritivo, realizado com indivíduos com doença renal crônica (DRC) em HD, em uma unidade de nefrologia de um hospital público, realizado entre abril de 2023 e outubro de 2023. Foram coletadas variáveis: idade, sexo, raça, dados sociodemográficos, causa da DRC, comorbidades, tempo de diálise, peso, estatura e índice de massa corporal. Para a análise do consumo alimentar, foi aplicado um questionário de frequência alimentar e análise do consumo de ultraprocessados. A análise estatística realizada por programa estatístico Statistical Package For The Social Sciences (SPSS). Os dados foram apresentados na forma de estatística descritiva (média, desvio-padrão) de forma a caracterizar a população estudada e apresentados em números absolutos e porcentagens. Resultados: A amostra constituiu de 60 participantes. Frutas e hortaliças obtiveram maior percentual de frequência no consumo entre duas a quatro vezes por semana, para ambas (35% e 37%). Predominou consumo de proteínas animais de duas a quatro vezes por semana. Em consumo diário, margarina foi maioria (61%). Maior parte dos participantes consome biscoitos de duas a quatro vezes por semana (41,67%). A maioria afirmou raramente ou nunca consumir refrigerantes (43,33%) e doces (28,33%), Consumo de embutidos se mostrou reduzido pela maioria dos participantes (61,66%). A maioria realiza até 3 refeições diárias (35%). Conclusão: O consumo alimentar apresentou-se de forma variada, contudo são necessárias intervenções individualizadas para melhorar a ingestão de frutas e hortaliças, maior fracionamento das refeições e redução em doces e refrigerantes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernando Carvalho dos Santos, Escola de Saúde Pública do Distrito Federal

Graduado(a) em Nutrição pela Universidade Católica de Brasília (UCB).

Kalena Rocha Matarolli, Escola de Saúde Pública do Distrito Federal

Graduado(a) em Nutrição pela Universidade Católica de Brasília (UCB).

Sheila Borges, Escola de Saúde Pública do Distrito Federal

Graduado(a) em Nutrição pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestre em Ciências da Saúde pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS).

Referências

ABREU, L. L. C.; MARTINS, M. C. C.; ROLIM, R. F. Implications of nutritional status in patients on hemodialysis: a narrative review. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 9, p. e0810917510, 2021.

AGÊNCIA SENADO. Doença renal crônica é epidêmica, diz Sociedade Brasileira de Nefrologia. Senado Notícias, Brasília, 12 mar. 2020. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/03/12/doenca-renal-cronica-e-epidemica-diz-sociedade-brasileira-de-nefrologia. Acesso em: 3 out. 2022.

ALBUQUERQUE, M. F. M. A segurança alimentar e nutricional e o uso da abordagem de direitos humanos no desenho das políticas públicas para combater a fome e a pobreza. Revista de Nutrição, Campinas, v. 6, n. 22, p. 895-903, dez. 2009.

AVESSANI, C. M.; CUPPARI, L.; NERBASS, F. B.; et al. Ultraprocessed foods and chronic kidney disease – double trouble. Clinical Kidney Journal, v. 16, i. 36, p. 1723-1763, 2023.

BASTOS, M. G.; CASTRO, W. B.; ABRITA, R. R.; et al. Doença renal crônica: problemas e soluções. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 26, n. 4, p. 202-215, 2004.

BERNARDO, M. F. et al. Estado nutricional e qualidade de vida de pacientes em hemodiálise. Medicina (Ribeirão Preto), v. 52, n. 2, p. 128-135, 2019.

BRASIL. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA). Direito Humano à Alimentação Adequada: Faça Valer. Alimentação adequada e saudável é direito de todos. 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. CONSEA, 10 de nov. 2011. Disponível em: http://www4.planalto.gov.br/consea/conferencia/documentos/folder-direito-humano-a-alimentacao-adequada. Acesso em: 6 de out. 2022.

BRASIL. Constituição [1988]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Decreto n. 7.272, de 25 de agosto de 2010. Regulamenta a Lei n. 11.346, de 15 de setembro de 2006, que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7272.htm. Acesso em: 6 out. 2022.

BRASIL. Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005. Institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens - ProJovem; cria o Conselho Nacional da Juventude - CNJ e a Secretaria Nacional de Juventude; altera as Leis nº 10.683, de 28 de maio de 2003, e nº 10.429, de 24 de abril de 2002; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11129.htm. Acesso em: 6 out. 2022

BRASIL. Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 18 set. 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11346.htm. Acesso em: 6 out. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília, DF, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Atualiza a Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Portaria n. 2.715, de 17 de nov. 2011.

BRASIL. Secretaria de Desenvolvimento Social. A SEDES. Distrito Federal. SEDES. out. 2021. Disponível em: https://www.sedes.df.gov.br/a-sedes/. Acesso em: 05 de out. 2022.

BRASIL. Secretaria de Desenvolvimento Social. Programas de Provimento Alimentar Direto. Distrito Federal. SEDES, ago. 2022. Disponível em: https://www.sedes.df.gov.br/seguranca-alimentar-e-nutricional/. Acesso em: 6 de out. 2022.

BRASIL. Secretaria de Desenvolvimento Social. Segurança Alimentar e Nutricional. Distrito Federal. SEDES, jul. 2022. Disponível em: https://www.sedes.df.gov.br/seguranca-alimentar-e-nutricional/. Acesso em: 6 de out. de 2022.

BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada n. 154, de 15 de junho de 2004. Estabelece o Regulamento Técnico para o Funcionamento dos Serviços de Diálise.

BRASIL. Resolução do Conselho Nacional de Saúde n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.

CACAU, L. T.; BENICIO, M. H. D; LEVY, R. B.; et al. Estimativa da participação calórica de alimentos ultraprocessados nos municípios brasileiros. SciELO Preprints, São Paulo, 17 set. 2024.

CARMO, L. P.; SILVA, J. A.; AZEVEDO, A. C. S. F.; et al. Avaliação do consumo alimentar de pacientes em hemodiálise: comparação com recomendações do Kidney Disease Outcome Quality Initiative. HU Revista, Juiz de Fora, v. 48, p. 1–8, abr. 2022.

CARRERO, J. J.; STENVINKEL, P.; CUPPARI, L.; et al. Etiology of the Protein-Energy Wasting Syndrome in Chronic Kidney Disease: A Consensus Statement From the International Society of Renal Nutrition and Metabolism (ISRNM). Journal of Renal Nutrition, v. 23, n. 2, p. 77-90, mar. 2013.

COSTA, C. S.; SATTAMINI, I. F.; STEELE, E. M; LOUZADA, M. L. C.; et al. Consumo de alimentos ultraprocessados e associação com fatores sociodemográficos na população adulta das 27 capitais brasileiras (2019). Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 55, p. 47, 2021

DE MACEDO, Dione Chaves et al. A construção da política de segurança alimentar e nutricional no Brasil. 2009. Disponível em: https://www1.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Educacao/Simbio-Logias/A_Construcao_da_Politica_de_Seguranca.pdf. Acesso em: 03 de out. 2022.

DISTRITO FEDERAL. Lei n° 7.009, de 17 de dezembro de 2021. Institui programa de provimento alimentar direto em caráter emergencial, denominado Cartão Prato Cheio.

DU, S.; KIM, H.; CREWS, D. C.; et al. Association between ultraprocessed food consumption and risk of incident CKD: a prospective cohort study. American Journal of Kidney Diseases, [S.I], v. 80, n. 5, p. 589-598, 2022.

FOUQUE, D.; KALANTAR-ZADEH, K.; KOPPLE, J.; et al. A proposed nomenclature and diagnostic criteria for protein-energy wasting in acute and chronic kidney disease. Kidney International, p. 391-398, 2008.

HE, X.; ZHANG, X.; SI, C.; et al. Ultra-processed food consumption and chronic kidney disease risk: a systematic review and dose-response meta-analysis. Frontiers in Nutrition, v. 11, 2024.

IKIZLER, T. A.; BURROWES, J. D.; BYHAM-GRAY, L. D.; et al. KDOQI clinical practice guideline for nutrition in CKD: 2020 Update. American Journal of Kidney Diseases, v. 76, n 3, supl. 1, p. S1-S107, set 2020.

KIDNEY DISEASE: IMPROVING GLOBAL OUTCOMES (KDIGO) CKD Work Group. KDIGO 2024 Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Kidney International, [S.l.], v. 105, n. 4S, p. S117–S314, abr. 2024.

KOPPE, L.; FOUQUE, D.; KALANTAR-ZADEH, K. Kidney cachexia or protein-energy wasting in chronic kidney disease: facts and numbers. Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, v. 10, n. 3, p. 479-484, 2019.

LANE, M. M.; GAMAGE, E.; DU, S.; et al. Ultra-processed food exposure and adverse health outcomes: umbrella review of epidemiological meta-analyses. The BMJ, v. 384, e077310, 2024.

LUDVIG, T. C.; BERTANI, J. P. B.; GIOVANELLA, C. E.; et al. Avaliação do consumo de fósforo, potássio e alimentos ultraprocessados em pacientes com doença renal crônica. Arquivos de Ciências da Saúde, São José do Rio Preto, v. 26, n. 2, p. 107–110, 2019.

MACHADO, A. D.; BAZANELLI, A. P.; SIMONY, R. F. Avaliação do consumo alimentar de pacientes com doença renal crônica em hemodiálise. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 7, n. 2, p. 76-84, maio-agosto. 2014.

MONTEIRO C. A.; CANNON, G.; MOUBARAC, J. C.; et al. The UN Decade of Nutrition, the NOVA food classification and the trouble with ultra-processing. Public Health Nutr. 2018;21(1):5-17.

NASCIMENTO, A. L.; ANDRADE, S. L. L. S. Segurança alimentar e nutricional: pressupostos para uma nova cidadania?. Cienc. Cult., São Paulo , v. 62, n. 4, p. 34-38, Oct. 2010 .

NERBASS, F. B.; LIMA, H, N.; MATOS, J. P. S.; et al. Brazilian Dialysis Survey 2023. Brazilian Journal of Nephrology [online]. 2025, v. 47, n. 1, jan-mar 2025.

NILSON, E. A. F.; DELPINO, F. M.; BATIS, C.; et al. Premature mortality attributable to ultraprocessed food consumption in 8 countries. American Journal of Preventive Medicine, [S.l.], v. 68, n. 4, p. 456–464, abr. 2025.

RIBEIRO A. C.; SÁVIO K. E. O.; RODRIGUES M.L.C.F.; et al. Validação de um questionário de frequência de consumo alimentar para população adulta. Revista de Nutrição. n 19(5): p. 553-562. 2006.

RIELLA, M. C. Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

ROCHA, J. N.; BORGES, S. Avaliação do consumo alimentar e dos níveis séricos de fósforo e potássio em portadores de doença renal crônica. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 5, n. 1, p. 3929–3941, jan. 2022.

SANTOS, G. C. dos; LIMA, F. R. de; LIMA, M. M. de; et al Estado nutricional de portadores de doença renal crônica em hemodiálise no Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, p. 1061–1070, mar. 2019.

SARDINHA, L. M. V. et al. Escala Brasileira de Insegurança Alimentar–EBIA: análise psicométrica de uma dimensão da Segurança Alimentar e Nutricional. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome [Internet], p. 1-15, 2014.

SILVA A. A. P. et al. Assessment of food consumption and socioeconomic conditions of patients undergoing hemodialysis therapy in the interior of Paraíba. Research, Society and Development, p 1-19, 2020.

SILVA, S. P. A trajetória histórica da segurança alimentar e nutricional na agenda política nacional: projetos, descontinuidades e consolidação. 2014. 146 f. Dissertação (Mestrado em Política Social) – Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

SOARES, F. C et al. Prevalência de hipertensão arterial e diabetes mellitus em portadores de doença renal crônica em tratamento conservador do serviço ubaense de nefrologia. Revista científica UNIFAGOC-saúde, n 2, p. 21-26, 2018.

SODRÉ, F. L., COSTA, J. C. B. LIMA, J. C. C. Avaliação da função e da lesão renal: um desafio laboratorial. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial [online]. 2007, v. 43, n. 5, pp. 329-337.

TEIXEIRA, E. B. A análise de dados na pesquisa científica: importância e desafios em estudos organizacionais. Desenvolvimento em questão, v. 1, n. 2, p. 177-201, 2003.

WERNEQUE, I. C; NETO, W.; PERUSSO; F.; et al. Alimentação e hábito de vida na doença renal crônica. Cadernos da Medicina-UNIFESO, v. 2, n. 2, 2019.

WENDLING, A. L.; BALBINO, K. P.; RIBEIRO, P. V. M.; et al. Consumo de alimentos processados e ultraprocessados está relacionado a marcadores metabólicos em indivíduos em hemodiálise. Revista de Nutrição, Campinas, v. 33, e190138, 2020.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: the use of and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO; Technical report series, nº 854. 1995.

YU, L; SANTOS, B. F. C.; BURDMANN, E. A.; Insuficiência Renal Aguda. Braz. J. Nephrol., v. 29, n. 1 suppl. 1, Mar. 2007.

Downloads

Publicado

2025-06-13

Como Citar

SANTOS, F. C. dos; MATAROLLI, K. R.; BORGES, S. Análise da frequência alimentar e consumo de ultraprocessados de indivíduos em hemodiálise crônica. Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 8, n. 18, p. e082235, 2025. DOI: 10.55892/jrg.v8i18.2235. Disponível em: http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/2235. Acesso em: 16 jun. 2025.

ARK