Tendência do acesso aos medicamentos para Miastenia Gravis no Brasil, 2011 a 2023
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i19.2337Palavras-chave:
Miastenia Gravis, Acesso a Medicamentos Essenciais e Tecnologias em Saúde, Sistemas de Informação em Saúde, Série TemporalResumo
Objetivo: Identificar o acesso aos medicamentos para Miastenia Gravis, uma doença rara, no Sistema Único de Saúde. Métodos: Trata-se de estudo ecológico, para série temporal de 2011 a 2023, conforme análise dos registros das Autorizações de Procedimentos Ambulatoriais no Sistema de Informações Ambulatoriais, DATASUS. Foram analisados dados demográficos e tipologia dos medicamentos autorizados, calculado o coeficiente de acesso por base populacional. Resultados: Frente ao total de 10.582 pacientes em tratamento medicamentoso, o acesso apresentou evolução ascendente ao longo do período [R2 = 98,4%; Durbin-Watson = 0,459, p < 0,01]. Em média, o coeficiente foi de 0,41 pacientes por 100.000 habitantes. Predomínio entre o sexo feminino e pacientes com 50 anos ou mais (p < 0,05). Azatioprina (29,3%) e Piridostigmina (27,4%) como monoterapia e em terapia combinada (22,6%) foram mais frequentes. Conclusão: Para o período estudado, foi possível identificar uma ampliação no número de casos novos registrados do agravo, acompanhado pelo aumento das autorizações de procedimentos para o acesso aos medicamentos específicos. Há limitações quanto subestimação dos casos. Sobremaneira, o uso dos registros secundários apresentou-se como estratégico na descrição do acesso aos medicamentos para doenças raras e degenerativas no Sistema Único de Saúde.
Downloads
Referências
AVIDAN, N.; et al. Genetic basis of myasthenia gravis – A comprehensive review. Journal of Autoimmunity, v. 52, p. 146-153, 2014. https://doi.org/10.1016/j.jaut.2013.12.001
BAZONI, P. S.; et al. Consumo e gastos com medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica no Brasil no período de 2012 a 2021. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, v. 20, p. e2011, 2024. https://doi.org/10.14393/Hygeia2068984
BRASIL. Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Disponível em: http://www.datasus.gov.br. Acesso em: 04 nov. 2024.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Conjunta nº 11, de 23 de maio de 2022. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Miastenia Gravis. – Brasília (DF): Diário Oficial da União, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/saes/2022/poc0011_27_05_2022.ht. Acesso em: 04 nov. 2024.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1554, de 30 de julho de 2013. Dispõe sobre as regras de financiamento e execução do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde. – Brasília (DF): Diário Oficial da União, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1554_30_07_2013.html. Acesso em: 04 nov. 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. – Brasília (DF): Diário Oficial da União, 2004. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2004/res0338_06_05_2004.html. Acesso em: 04 nov. 2024.
CAMELO-FILHO, A. E.; et al. Teaching video neuroimage: reflex facilitation in lambert-eaton myasthenic syndrome. Neurology, v. 97, n. 11, p. e1168-1169, 2021. https://doi.org/10.1212/WNL.0000000000012180
CARR, A. S.; et al. A systematic review of population based epidemiological studies in Myasthenia Gravis. BMC Neurology, v. 10, n. 1, p. 46, 2010. http://www.biomedcentral.com/1471-2377/10/46
CHEN, J.; et al. Incidence, mortality, and economic burden of myasthenia Gravis in China: A nationwide population-based study. The Lancet Regional Health, v. 5, p.100063, 2020. https://doi.org/10.1016/j.lanwpc.2020.100063
CUNICO, C.; LEITE, S. N. Rare diseases: proposition of a list based on the Brazilian Health System. Expert Opinion on Orphan Drugs, v. 10, n. 1, p. 28-33, 2022. https://doi.org/10.1080/21678707.2022.2134008
DRESSER, L.; et al. Myasthenia Gravis: Epidemiology, Pathophysiology and Clinical Manifestations. Journal of Clinical Medicine, v. 10, n. 11, p. 2235, 2021. https://doi.org/10.3390/jcm10112235
ESTEPHAN, E. P.; et al. Congenital myasthenic syndrome: correlation between clinical features and molecular diagnosis. European Journal of Neurology, v. 29, n. 3, p. 833-842, 2022. https://doi.org/10.1111/ene.15173
FERREIRA, R. P.; et al. Financiamento da assistência farmacêutica no contexto do Sistema Único de Saúde de 2017 a 2022. Research Society and Development, v. 13, n. 2, p. e7213245023, 2024. https://doi.org/10.33448/rsd-v13i2.45023
GARCÍA-ESTÉVEZ, D. A.; et al. Epidemiología de la miastenia grave en la península ibérica y Latinoamérica. Revista de Neurología, v. 76, n. 2, p. 59-68, 2023. https://doi.org/10.33588/rn.7602.2021201
GARCÍA-ESTÉVEZ, D. A.; PARDO-FERNÁNDEZ, J. Myasthenia Gravis. Update on diagnosis and therapy. Medicina Clínica, v. 161, n. 3, p. 119-127, 2023. https://doi.org/10.1016/j.medcli.2023.04.006
GILHUS, N. E.; VERSCHUUREN, J. J. Myasthenia Gravis: subgroup classification and therapeutic strategies. The Lancet Neurology, v. 14, n. 10, p. 1023-1036, 2015. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(15)00145-3
GOES, J. M.; et al. Atualizações e novas terapêuticas na Miastenia Gravis. Brazilian Journal of Surgery & Clinical Research, v. 44, n. 3, p. 119-222, 2023. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20231104_163147.pdf
GONÇALVES, A. M. R. F.; et al. R. L. Barreiras e facilitadores para adesão à farmacoterapia em doenças crônicas: uma revisão de escopo. Ciência & Saúde Coletiva, v. 30, n. 2, 2025. https://doi.org/10.1590/1413-81232025302.02762023
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Brasileiro de 2024. Rio de Janeiro: IBGE, 2024. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/41111-populacao-estimada-do-pais-chega-a-212-6-milhoes-de-habitantes-em-2024. Acesso em: 04 nov. 2024.
KIRBY, T. Brazil facing ageing population challenges. The Lancet, v. 402, n. 10415, p. 18-24, 2023. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(23)02561-8
LIMA, A. C.; et al. DATASUS: o uso dos Sistemas de Informação na Saúde Pública. Refas - Revista Fatec Zona Sul, v. 1, n. 3, p. 16-31, 2015. https://www.revistarefas.com.br/RevFATECZS/article/view/27
MCGROGAN, A.; SNEDDON, S.; DE VRIES, C. S. The Incidence of Myasthenia Gravis: A Systematic Literature Review. Neuroepidemiology, v. 34, n. 3, p. 171-183, 2010. https://doi.org/10.1159/000279334
PUNGA, A. R.; et al. Epidemiology, diagnostics, and biomarkers of autoimmune neuromuscular junction disorders. The Lancet Neurology, v. 21, n. 2, p. 176-188, 2022. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(21)00297-0
SILVEIRA, G. C.; et al. Electronic Marking Center in Consultations and specialized exams of the Public Health Network: analysis and intervention proposal. LIPH Science, v. 3, n. 1, p. 82-104, 2016. https://doi.org/10.6084/m9.figshare.28780943.v1
YANO, K. M.; et al. Limitações no uso do DATASUS como fonte de dados de pesquisas científicas. Revista Multidisciplinar em Saúde, v. 2, n. 4, p. 27, 2021. https://doi.org/10.51161/rems/2780
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
ARK
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.