Entre textos, mídias e linguagens: os multiletramentos na sala de aula de língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i19.2466Palavras-chave:
multiletramentos, ensino de Língua Portuguesa, práticas pedagógicas, BNCC, linguagem e tecnologiaResumo
O presente artigo discute os fundamentos teóricos e as implicações pedagógicas da abordagem dos multiletramentos no ensino de Língua Portuguesa, à luz das transformações socioculturais e tecnológicas que caracterizam o mundo contemporâneo. Partindo de uma crítica ao modelo tradicional de ensino centrado na norma e na escrita alfabética, o texto propõe uma concepção de linguagem como prática social, multimodal e historicamente situada. Amparado em autores como Rojo (2012), Kleiman (2005) e no New London Group (1996), o estudo analisa a transição do letramento para os multiletramentos, evidenciando como essa mudança impacta o papel da escola e do professor na formação de leitores e produtores críticos. Examina-se, ainda, o alinhamento dessa perspectiva aos documentos curriculares PCNs (1998), BNCC (BRASIL, 2018) e Referencial Curricular de Alagoas (2023) , que reafirmam a centralidade da linguagem na construção da cidadania e no uso ético das tecnologias digitais. Por fim, destaca-se a interface entre ensino, pesquisa e extensão como eixo articulador de uma práxis educativa que integra diferentes linguagens, mídias e saberes, promovendo inclusão, autoria e reflexão crítica. Conclui-se que os multiletramentos representam uma possibilidade concreta de ressignificação das práticas pedagógicas de Língua Portuguesa, orientando-as para uma educação linguística democrática, plural e transformadora.
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