Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em gestantes residentes de um estado do Nordeste brasileiro: detecção e distribuição geográfica (2014-2023)

Resumen

Objetivo: Analisar a taxa de detecção do vírus da imunodeficiência humana (HIV) em gestantes e sua distribuição geográfica segundo Regiões de Saúde (RS) no estado do Maranhão, entre 2014 e 2023. Método: Estudo ecológico, observacional e descritivo, desenvolvido a partir de dados secundários do TABNET/DATASUS. Foram incluídas todas as gestantes notificadas com infecção por HIV no período. Calcularam-se as taxas de detecção por 1.000 nascidos vivos e as médias anuais por RS. Realizaram-se análises descritivas, correlação de Pearson e avaliação de distribuição espacial. Resultados: Foram registradas 2.437 notificações no período em estudo, passando de 281 casos (11,5%) em 2014 para 116 casos (4,8%) em 2023, representando decréscimo de 58,26%. A taxa de detecção estadual foi de 2,27 em 2014 para 2,89 em 2023, com uma diferença de +0,62. A correlação entre taxa e ano foi positiva, porém não significativa (r=0,337; p=0,341). Entre as RS, as taxas variaram de 0,10 a 8,15, com maiores médias em São Luís (3,61), Pinheiro (3,61) e Açailândia (3,56), e menores em Pedreiras (1,10) e Bacabal (1,15), evidenciando desigualdade geográfica relevante. Em 2020, a taxa reduziu de 2,45 (2019) para 2,08, coincidindo com o período da pandemia de COVID-19, seguida de aumento em 2021 (2,86). Conclusão: Houve declínio das notificações e aumento na taxa de detecção, com marcante variação geográfica e influência temporal da pandemia. Reforça-se a necessidade de ampliar a cobertura e a qualidade da testagem durante o pré-natal e de fortalecer os fluxos de notificação.