Aspectos clínicos e epidemiológicos do transtorno do espectro autista em crianças: um panorama mundial

Resumo

Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento descrito pelo Diagnosis and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM V), como um “déficit persistente na comunicação e nas interações sociais em diferentes ambientes, envolvendo limitações na reciprocidade social, no uso de gestos e expressões faciais durante interações, bem como na capacidade de criar, manter e interpretar vínculos interpessoais”. Adicionalmente, observam-se comportamentos caracterizados por padrões repetitivos e restritos, tanto nas ações quanto nos interesses e nas atividades cotidianas. O presente trabalho buscou avaliar os aspectos clínicos desse transtorno em crianças, bem como sua epidemiologia no contexto mundial.  Métodos: Revisão narrativa da literatura nas bases de dados Lilacs, PubMed, Biblioteca Virtual da Saúde e Scielo, utilizando as palavras chaves Epidemiologia, Sintomas Gerais, Transtorno do Espectro Autista, Infância com o operador booleano and. Foram incluídos 22 artigos completos publicados a partir de 2009 até novembro de 2024.  Foram excluídos 26 artigos que não estavam alinhados com a temática proposta após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Resultados e Discussão: Os estudos apontam que o amplo espectro do TEA, permite variação da presença e intensidade de alguns sintomas, no entanto clinicamente apresenta-se como o déficit na interação e comunicação social, associado a padrões de comportamento restritivo e repetitivo. Em relação ao aspecto epidemiológico, foi observado uma maior prevalência no sexo masculino, idade parental avançada, complicações perinatais e neonatais, além de exposições pré-natais como infecções maternas, obesidade, diabetes gestacional, uso de antidepressivos da classe dos inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS), antibióticos e exposição a tóxicos. Fatores étnicos, socioeconômicos e regionais permanecem controversos devido à falta de padronização do método de análise. Conclusão: Conclui-se que o conhecimento dos aspectos clínicos e epidemiológicos do TEA é essencial para otimizar o manejo clínico desse transtorno.