A Arte-Educação como Território de Encontro e Desenvolvimento
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i19.2290Palabras clave:
Arte-educação, Processo grupal, Desenvolvimento infantil, Música, MovimentoResumen
Este relato de experiência aborda como a arte-educação, para além de um recurso técnico, se manifesta como um espaço de trocas e descobertas, onde a criança é protagonista. A proposta é mediar e fomentar o fluxo espontâneo da coletividade, distanciando-se de visões predeterminadas e restritivas da arte. O trabalho em questão analisa o projeto "Cirandar", desenvolvido em uma escola, que buscou convidar um grupo de crianças à percepção, à observação e ao senso de coletividade por meio da música e do movimento, contribuindo para o desenvolvimento integral. O estudo consiste em um relato de experiência analítico, alinhado à perspectiva das significações e à epistemologia qualitativa. Reconhece a experiência vivida como legítima forma de produção de conhecimento, valorizando a implicação do pesquisador e a dimensão ética da prática. O projeto "Cirandar", envolvendo mais de cem crianças em atividades de danças circulares e cantigas de roda, demonstrou o aprimoramento da sincronicidade, a formação de um conceito coletivo e o fortalecimento de laços. Houve ampliação do repertório cultural, melhora na concentração e no envolvimento de toda a comunidade escolar. As atividades artísticas promovem o desenvolvimento da consciência individual e coletiva, a expressão não-verbal das corporalidades, a ampliação cultural e sensorial, o fomento à autonomia e afetividade, e o aprimoramento da concentração. A arte mobiliza funções psicológicas superiores e reconfigura a relação sujeito-mundo, promovendo a humanização. A arte-educação, ao integrar música e dança, transcende a fragmentação disciplinar, ativando sentidos, imaginação e expressão subjetiva. Ela se afirma como um campo potente para a formação de sujeitos sensíveis, criativos e críticos, impulsionando experiências educativas mais humanas e significativas.
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