A Arte-Educação como Território de Encontro e Desenvolvimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v8i19.2290

Palavras-chave:

Arte-educação, Processo grupal, Desenvolvimento infantil, Música, Movimento

Resumo

Este relato de experiência aborda como a arte-educação, para além de um recurso técnico, se manifesta como um espaço de trocas e descobertas, onde a criança é protagonista. A proposta é mediar e fomentar o fluxo espontâneo da coletividade, distanciando-se de visões predeterminadas e restritivas da arte. O trabalho em questão analisa o projeto "Cirandar", desenvolvido em uma escola, que buscou convidar um grupo de crianças à percepção, à observação e ao senso de coletividade por meio da música e do movimento, contribuindo para o desenvolvimento integral. O estudo consiste em um relato de experiência analítico, alinhado à perspectiva das significações e à epistemologia qualitativa. Reconhece a experiência vivida como legítima forma de produção de conhecimento, valorizando a implicação do pesquisador e a dimensão ética da prática. O projeto "Cirandar", envolvendo mais de cem crianças em atividades de danças circulares e cantigas de roda, demonstrou o aprimoramento da sincronicidade, a formação de um conceito coletivo e o fortalecimento de laços. Houve ampliação do repertório cultural, melhora na concentração e no envolvimento de toda a comunidade escolar. As atividades artísticas promovem o desenvolvimento da consciência individual e coletiva, a expressão não-verbal das corporalidades, a ampliação cultural e sensorial, o fomento à autonomia e afetividade, e o aprimoramento da concentração. A arte mobiliza funções psicológicas superiores e reconfigura a relação sujeito-mundo, promovendo a humanização. A arte-educação, ao integrar música e dança, transcende a fragmentação disciplinar, ativando sentidos, imaginação e expressão subjetiva. Ela se afirma como um campo potente para a formação de sujeitos sensíveis, criativos e críticos, impulsionando experiências educativas mais humanas e significativas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andréa Lopes Dall’Antonia, Universidade Católica de Santos

Pedagoga e Professora de Música e Arte. Mestranda em Psicologia, Desenvolvimento e Políticas Públicas pela Universidade Católica de Santos.

Beatriz Borges Brambilla, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Psicóloga. Mestra em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo. Doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Letícia Duarte de Sena, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Psicóloga. Mestranda em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Referências

BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. Arte-educação conflitos/acertos. São Paulo: Max Limonad, 1984.

BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. Recorte e colagem: influências de John Dewey no ensino da arte no Brasil. São Paulo: Cortez, 1989.

BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo: Perspectiva; Porto Alegre: Fundação IOCHPE, 1991.

BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. Arte/educação contemporânea: consonâncias internacionais. São Paulo: Enciclopédia Itaú Cultural, 2006.

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Tradução: Luís Augusto Pinheiro. São Paulo: Edições 70, 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC/CONSED/UNDIME, 2018.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000.

DALTRO, Mônica Ramos; FARIA, Anna Amélia de. Relato de experiência: Uma narrativa científica na pós-modernidade. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 19, n. 1, p. 223-237, jan./abr. 2019.

FERRAZ, Heloisa; FUSARI, Maria F. de Resende. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1993.

FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 42ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.

GALVÃO, Thaís Fernandes; PEREIRA, Fabiana Gomes. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e nas ciências humanas. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 23, n. 1, p. 129–137, 2014.

GARDNER, Howard. As artes e o desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

GONÇALVES, Giovanna Emily Santiago et al. A dança e suas possíveis contribuições no processo de desenvolvimento motor na educação infantil de crianças de 4 a 5 anos. In: VIANA, Joaquim Alburquerque et al. Educação Básica: novas perspectivas no processo de ensino - aprendizagem de educação física escolar. Belo Horizonte: Poisson, 2020. Cap. 7. p. 53-57.

GONZÁLEZ REY, Fernando. A pesquisa e o tema da subjetividade em educação. Psicologia da Educação, n. 13, p. 9-15, 2001.

GONZÁLEZ REY, Fernando. Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de construção da informação. São Paulo: Editora Pioneira Thomson Learning, 2005.

MARTINS, Sueli Terezinha Ferreira. Psicologia social e processo grupal: a coerência entre fazer, pensar sentir em Sívia Lane. Psicologia & Sociedade, v. 19, p. 76-80, 2007.

MERLEAU-PONTY, Maurice. O Olho e o Espírito. Tradução de Luis Manuel Bernardo. Lisboa: Vega, 1997.

MÖDINGER, Carlos Roberto (et al.). Artes visuais, dança, música e teatro: práticas pedagógicas e colaborações docentes. Erechim: Edelbra, 2012.

PEIXOTO, Fernando. O que é Teatro? São Paulo: Paz e Terra, 1980.

PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. 2ª edição. Porto Alegre: Sulina, 2018.

SCHAFER, Murray. O ouvido pensante. Trad. Marisa Trench de O. Fonterrada, Magda R. Gomes da Silva, Maria Lúcia Pascoal. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1991.

SILVA, Helena Lopes. Escutar para criar e/ou criar para escutar: provocações para as aulas de música nos anos finais do Ensino Fundamental. Orfeu, Florianópolis, v. 6, n. 2, p. 213–234, 2021

SILVA, Lúcia Maria da. Dança, cognição e afetividade em uma escola rural de tempo integral da educação básica: contribuições de uma experiência. 2016. 175 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino na Educação Básica) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2016.

TOASSA, Gisele. Vigotski: notas para uma psicologia geral e concreta das emoções/afetos. Cadernos Espinosanos, São Paulo, n. 30, p. 189–212, 2014.

VARELA, Simone; SCHÜTZ, Jenerton Arlan. Artes visuais e Educação Infantil: reflexões acerca das potencialidades no desenvolvimento integral da criança. Revista Di@logus, v. 13, n. 2, p. 69–80, 2024.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. S. Paulo: Martins Fontes, 1991.

VIGOTSKI, Lev Semionovitch. A psicologia da arte. Tradução de Beatriz Cannabrava. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

VIGOTSKI, Lev Semionovitch. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Tradução de José Cipolla Neto, Luiz Silveira Menna-Barreto e Solange Castro Afeche. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

VIGOTSKI, Lev Semionovitch. Imaginação e criação na infância: ensaio psicológico. Tradução de Zoia Prestes. São Paulo: Ática, 2009.

Downloads

Publicado

2025-07-19

Como Citar

DALL’ANTONIA, A. L.; BRAMBILLA, B. B.; SENA, L. D. de. A Arte-Educação como Território de Encontro e Desenvolvimento . Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 8, n. 19, p. e082290, 2025. DOI: 10.55892/jrg.v8i19.2290. Disponível em: http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/2290. Acesso em: 21 jul. 2025.

ARK