O papel do enfermeiro nos cuidados com ostomias: uma revisão integrativa

Resumen

O cuidado de enfermagem ao paciente ostomizado requer uma atuação especializada, que ultrapassa o domínio técnico e abrange acolhimento, educação em saúde e suporte psicossocial. A complexidade dessa assistência evidencia a necessidade de formação adequada dos profissionais, bem como da adoção de práticas fundamentadas em evidências científicas. Este estudo teve como objetivo reunir e sintetizar as informações disponíveis na literatura nacional sobre os cuidados de enfermagem prestados aos pacientes ostomizados. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada na base de dados BVSalud e na biblioteca SciELO (Scientific Eletronic Library Online), utilizando os descritores: “estomia”, “cuidados de enfermagem”, “papel do profissional de enfermagem”, “enfermeiros”, “pacientes”, “educação inclusiva”, “ensino”, “ostomaterapia” e “ostomia”, e empregando o operador booleano AND. Foram incluídos textos empíricos, revisões da literatura, monografias, teses e dissertações, publicados entre janeiro de 2020 e março de 2025, disponibilizados na íntegra, em português e publicados no Brasil. Foram excluídos textos duplicados, comentários, editoriais e artigos que não abordassem o objetivo do estudo. Foram encontrados 1.416 artigos dos quais 14 foram incluídos para a análise qualitativa. Os estudos analisados evidenciam o papel central do enfermeiro na promoção do autocuidado, reabilitação e melhoria da qualidade de vida de pacientes com estomia. Embora existam iniciativas de capacitação e protocolos assistenciais, persistem fragilidades na formação acadêmica e na estrutura da rede de atenção à saúde. Entre as barreiras recorrentes, destacam-se a insuficiência de preparo técnico, a escassez de recursos e o apoio emocional limitado. Nesse cenário, estratégias como a prática avançada de enfermagem, o uso de tecnologias educativas e o maior envolvimento da família demonstraram-se promissoras para qualificar a assistência prestada e favorecer a reinserção social desses pacientes. Este estudo evidenciou que o cuidado à pessoa ostomizada deve ser integral, contínuo e humanizado, demandando investimento na formação profissional e na implementação de políticas de saúde mais eficazes. A atuação do enfermeiro mostra-se fundamental para assegurar a segurança, a autonomia e a qualidade de vida desses pacientes.