Processo hormonizador e saúde mental da população trans: revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v8i18.2017

Palavras-chave:

Equidade em saúde, Saúde mental, Saúde transgênera, Terapia hormonal

Resumo

A população transgênera no Brasil continua enfrentando barreiras significativas para acessar um cuidado em saúde digno e abrangente, sendo a terapia hormonal afirmativa de gênero uma de suas necessidades assistenciais mais críticas. Esta revisão sistemática teve como objetivo examinar o impacto da terapia hormonal nos desfechos de saúde mental de adultos transgêneros. Foi realizada uma busca nas bases de dados PsycINFO, PubMed, Scopus e Web of Science, abrangendo publicações de 2019 a 2024, utilizando os descritores “saúde mental”, “terapia hormonal”, “transgênero” e “adultos”. Após rigorosa triagem e aplicação dos critérios de elegibilidade, dois estudos atenderam aos parâmetros de inclusão e foram analisados em detalhe. Os achados sugerem que a terapia hormonal afirmativa de gênero pode contribuir para a redução de sintomas depressivos, ideação suicida e melhorias na qualidade de vida. No entanto, os estudos também evidenciam desafios persistentes, como a automedicação, a polifarmácia e a limitada preparação dos serviços de saúde para oferecer um cuidado afirmativo à população trans. Essas questões ressaltam a necessidade urgente de ampliar o acesso a uma terapia hormonal segura, baseada em evidências e integrada aos serviços de saúde mental. Abordar essas lacunas é essencial para promover equidade em saúde, bem-estar psicológico e inclusão social para as populações transgêneras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daline da Silva Azevedo, Universidade Federal do Piauí

Psicóloga - UFPI. Especialista em caráter de residência em Atenção Básica/Saúde da Família. Psicologa clinica com enfâse em Terapia cognitivo comportamental TCC; Mestranda em Psicologia UFDpar; Integrante do Nucleo de Pesquisa em Relacionamento Interpessoais NUPRIN - UFDPAR e integrante da pesquisa nacional Constituição psíquica e desenvolvimento socioemocional de bebês: relação com práticas parentais, personalidade da mãe e neurodesenvolvimento pelo projeto HUMANIDADES. 

Pettra Roque Araújo da Silva, Unifacid Wyden, PI, Brasil

Bacharel em Psicologia Unifacid Wyden 2019.2 ,Psicóloga CRP 21/03997,Graduada na Escola Técnica de Teatro Gomes Campos-2021,Atriz DRT0000553/PI,Formação de Auxiliar de Apoio Inclusão pela (SEMEC),Orientadora Vocacional,Atendimento online e presencial ,Trabalho sociais na área da psicologia,Contista, Dramaturga Amadora e Dançarina Contemporâneo, Pós graduada em Psicodrama pela Famart,Especialista docência do ensino Profissional e Tecnológico EPT IFES,Avaliadora Psicossocial Clinica Vem Prevenir,Professora na graduação FAMEP e na Pós graduação FAEVE. Cursando Psicodrama nível 1 pelo IMPSI 

João Makauly Dorneles Silva, Universidade Federal do Delta do Parnaíba

Graduando em Psicologia pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).

Maria Juliana Reis Barros, Universidade Federal do Delta do Parnaíba

Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).

Maycon Campos de Almeida, Universidade Federal do Delta do Parnaíba

Psicólogo pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), com atuação e experiência na área clínica através da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e Prática Baseadas em Evidências. Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar). Especialista em Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico. Membro do Núcleo de Pesquisas em Psicologia Escolar Crítica e Políticas (PECPol) da Universidade de Brasília e fez parte do Núcleo de Estudos e de Pesquisa em Intervenção Cognitivo-Comportamental e Saúde Mental, do(a) Universidade Federal do Piauí. Docente do curso de Psicologia da Faculdade Princesa do Oeste - FPO

Sandra Elisa de Assis Freire, Universidade Federal do Delta do Parnaíba

Docente em Psicologia pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar). Docente do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).

Referências

AGÊNCIA BRASIL. IBGE vai estimar tamanho da população trans e travesti no Brasil. 2023. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/direitos-humanos/audio/2023-10/ibge-vai-estimar-tamanho-da-populacao-trans-e-travesti-no-brasil. Acesso em: 8 abr. 2025.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS (ANTRA). Dossiê: Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2023. São Paulo, 2024. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2024-01/brasil-registrou-145-assassinatos-de-pessoas-trans-no-ano-passado?utm_source=chatgpt.com. Acesso em: 5 fev. 2025.

BENTO, B. A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. São Paulo: Editora UFMG, 2014.

BRÄNSTRÖM, R.; PACHANKIS, J. E. Reduction in mental health treatment utilization among transgender individuals after gender-affirming surgeries: a total population study. American Journal of Psychiatry, v. 177, n. 8, p. 727–734, 2020.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

COSTA, A. B.; ZOLTOWSKI, A. P. Revisão sistemática da produção científica brasileira sobre homofobia e preconceito contra a diversidade sexual. Psico, v. 45, n. 4, p. 492–502, 2014.

DE MENEZES DORES, G.; GALVÃO, M.; MINATEL, B. A hormonização como direito à saúde: desafios e possibilidades nos serviços públicos. Revista Brasileira de Saúde Transdisciplinar, v. 3, n. 1, p. 45–59, 2024.

GATTI, L. C. et al. Impacto na saúde mental de jovens trans após terapia de transição hormonal. Research, Society and Development, v. 13, n. 3, 2024.

GRISON, F. M. et al. Terapia hormonal para pessoas transgêneras: implicações clínicas e desafios no cuidado. Revista Brasileira de Saúde Integral, v. 3, n. 2, p. 84–97. 2022.

HIGGINS, J. P. T. et al. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions. 2. ed. Chichester: Wiley-Blackwell, 2022.

JANINI DE OLIVEIRA, F.; DE MELO SOUZA, P. A política de saúde no processo transexualizador no Brasil: conquistas e limites. Revista Brasileira de Políticas Públicas, v. 12, n. 1, p. 177–193. 2022.

KALAYJIAN, A. et al. Patterns of psychotropic medication prescribing and potential drug – hormone interactions among transgender and gender - diverse adults with in 2 years of hormone therapy. Journal of the American Pharmacists Association, vol. 64, n. 1, p. 283-289. 2023.

MOHER, D. et al. Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Systematic Reviews, v. 4, n. 1, p. 1–9, 2015.

OLIVEIRA, M. Janini de; SOUSA, P. M. Terapia hormonal em pessoas trans: saúde, bem-estar e desafios éticos. Revista de Psicologia e Gênero, v. 4, n. 2, p. 35–49. 2022.

TEBB, KIMBERLY P. et al. Impact of gender-affirming hormone therapy on mental health and well-being of transgender individuals: a systematic review. The Lancet Psychiatry, v. 9, n. 3, p. 208–219, 2022.

VIEIRA, C.; PORTO, R. M. "Fazer emergir o masculino": noções de" terapia" e patologização na hormonização de homens trans. Cadernos Pagu, v. 55. 2022.

WINTER, S. et al. Transgender people: health at the margins of society. The Lancet, v. 388, n. 10042, p. 390–400, 2016.

Downloads

Publicado

2025-04-30

Como Citar

AZEVEDO, D. da S. .; SILVA, P. R. A. da .; SILVA, J. M. D.; BARROS, M. J. R.; ALMEIDA, M. C. de; FREIRE, S. E. de A. Processo hormonizador e saúde mental da população trans: revisão sistemática . Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 8, n. 18, p. e082017, 2025. DOI: 10.55892/jrg.v8i18.2017. Disponível em: http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/2017. Acesso em: 1 maio. 2025.

ARK