Fake news e a manutenção do espaço público político: desinformação como ameaça aos Direitos Humanos e à Democracia

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.55892/jrg.v8i19.2310

Palabras clave:

Fake News, Espaço público, Política, Democracia

Resumen

A propagação de notícias falsas não é um fenômeno moderno, embora o termo “fake news” tenha ganhado notoriedade recentemente. A história revela que a manipulação da informação sempre foi ferramenta de dominação, usada para distorcer a realidade e tomar o poder. Em uma perspectiva filosófica, a política nasce da criação de um espaço público de debate, onde indivíduos livres dialogam e tomam decisões coletivas, em oposição ao isolamento da vida privada. Hannah Arendt foi fundamental ao investigar como regimes totalitários buscaram minar esse espaço público para exercer o controle. Com o avanço tecnológico, os ataques ao espaço público se modernizaram. Atualmente, a disseminação de fake news no ambiente virtual ocorre de forma veloz e sem controle prévio, fragmentando o espaço de diálogo e substituindo-o por extremismo, isolamento e discursos de ódio. Diante disso, este trabalho parte do seguinte questionamento: como a disseminação de fake news contribui para corroer o espaço público político? Adota-se abordagem qualitativa, de procedimento exploratório e método bibliográfico, com base em artigos e textos acadêmicos sobre liberdade política em Arendt, buscando compreender como sua teoria ajuda a explicar o fenômeno das fake news. O objetivo é utilizar o pensamento arendtiano como lente teórica para analisar essa dinâmica contemporânea. Após discutir o impacto das fake news no espaço público, o trabalho revisita seu uso histórico como ameaça constante à democracia, destacando a necessidade de regulamentação. Conclui-se que a preservação do espaço público exige não apenas medidas jurídicas contra a desinformação, mas, sobretudo, a conscientização cidadã sobre o papel político da informação e o compromisso ético com a verdade.

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Biografía del autor/a

Rhanna Corina Monteiro Cavalcanti, Universidade Federal de Pernambuco

Graduada em Direito pela Universidade de Pernambuco (UPE); Pós-graduada em Processo Civil pela ESA-OAB/PE.

Maria Eduarda de Oliveira Nery , Universidade Federal de Pernambuco

Mestranda em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE (2023-2025.1). Bacharela em Direito pelo Centro Universitário Tabosa de Almeida. Pós Graduada em Segurança Pública (JUS21-Faculdade de São Vicente). Pós Graduada em Docência do Ensino Básico e Superior (Faculdade ESTRATEGO). Pós graduanda em Penal e Processo Penal (Faculdade Legale) e em Psicopedagogia (Faculdade ESTRATEGO).

Ana Maria de Barros, Universidade Federal de Pernambuco

Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco (2007), Mestre em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (1998), Especialista em Sociologia pela FAFICA- PE (1989), possui graduação em História pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru (1986), Bacharelado em Direito pela Faculdade ASCES (2013).

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Publicado

2025-07-11

Cómo citar

CAVALCANTI, R. C. M.; NERY , M. E. de O.; BARROS, A. M. de . Fake news e a manutenção do espaço público político: desinformação como ameaça aos Direitos Humanos e à Democracia. JRG Journal of Academic Studies , Brasil, São Paulo, v. 8, n. 19, p. e082310, 2025. DOI: 10.55892/jrg.v8i19.2310. Disponível em: https://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/2310. Acesso em: 12 jul. 2025.

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